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Setor

Sustentabilidade: a nova transformação nas empresas 

Após mais de dois anos de uma pandemia que nos deixou muitos aprendizados e o desafio da reativação da economia, o mundo dos negócios agora enfrenta um novo desafio: ser sustentável a longo prazo e tomar ações de curto prazo para mitigar os riscos decorrentes da urgente crise climática. 

A última cúpula da COP26 deixou clara a necessidade de empresas e países reduzirem suas emissões de carbono o mais rápido possível, adaptando suas cadeias produtivas e participando da transição energética com maior comprometimento e intenção com seus stakeholders e investidores.  

Tendências futuras 

Lucas Joppa, diretor de meio ambiente da Microsoft, afirma que “se o planeta vai bem, as empresas vão bem”, deixando claro que preservar o planeta e trabalhar por ações que solucionem a crise climática é assunto de todos. Governos, empresas e cidadãos devem se comprometer com ações claras que levem a uma redução efetiva de gases de efeito estufa (GEE Green House Emissions). 

Por isso, uma estratégia de negócios que reconheça e adote as melhores práticas de sustentabilidade será essencial para a geração de novos modelos de negócios, inovação em produtos e serviços e fortalecimento do posicionamento e reputação de marca. 

Conheça algumas das práticas que as empresas têm adotado em sua jornada para a sustentabilidade.  

1. Um compromisso real com ASG (Ambiental, Social e Governança) 

A integração de critérios ambientais, sociais e de governança (ASG) na estratégia de negócios gera um valor evidente para acionistas e stakeholders. Um estudo recente da McKinsey descobriu que 99% dos C-level de uma organização acreditam que os programas ambientais criam valor para os acionistas1.   

Além disso, em um estudo realizado pela Accenture, 66% dos consumidores preferem comprar de empresas socialmente responsáveis2. Isso significa que a visibilidade dos compromissos ASG com os grupos de interesse fortalece a reputação da marca, melhora os resultados da classificação ASG, o desempenho financeiro e até alcança um compromisso real dos funcionários com a empresa, aumentando a retenção.  

2. Adaptar as cadeias produtivas 

Produtos, processos e sistemas sustentáveis exigirão uma cadeia de suprimentos fortalecida e adaptada para avançar em direção a uma economia de emissão zero. Isso trará lucro líquido positivo gerado pela: 

  • Diminuição das emissões de carbono produzidas pela redução de resíduos, melhoria da qualidade do ar e redução do uso de água.
  • Eficiência operacional aplicando tecnologias de captura e remoção de carbono; adequação do consumo de energia à carga renovável da rede; estabelecimento das fontes de emissões em toda a sua cadeia de suprimentos. 

3. Economia circular: gestão eficiente de resíduos produtivos  

Foi-se o tempo em que o resíduo era simplesmente considerado lixo, para dar início a um novo modelo de crescimento econômico baseado no design de produtos que utilizam resíduos em outras cadeias produtivas. A reciclagem do tecido jeans, o uso de garrafas plásticas extraídas do oceano e o reaproveitamento do plástico em novos produtos serão decisivos na redução do desperdício da humanidade, estimado em 50 bilhões de toneladas por ano. 

Por esta razão, a economia circular será decisiva para a concepção de novos produtos, a procura de novos materiais e a eficiência na sua utilização. Todos os processos produtivos serão julgados pela gestão dos materiais ao final de sua vida útil, incluindo o monitoramento, reutilização e descarte.  

4. Inovação de produtos e processos 

O design de novos produtos deve incorporar o uso e aplicação de energias renováveis no local e materiais alternativos de baixo carbono. A descarbonização do transporte e da logística na cadeia produtiva terá um impacto significativo nas emissões de nível 3. 

É importante incorporar estratégias como a migração para veículos elétricos, reduzir o uso de baterias e diminuir o impacto gerado pelo transporte de produtos de longa distância. Prevê-se que drones e fontes alternativas de combustível apareçam gradualmente nas cadeias logísticas.  

5. Medição do impacto climático na organização 

Enquanto a organização mede e reduz sua pegada ambiental, será fundamental determinar os riscos que as mudanças climáticas têm em sua operação e nas áreas onde estão localizados seus centros de produção. Uma tendência recente é apresentar no mapa de riscos da organização a mensuração do impacto climático e uma avaliação da capacidade da organização em responder a esses riscos. 

 Algumas dessas ações incluem: 

  1. Estudar a resiliência e adaptabilidade da organização aos riscos climáticos em logística, ativos fixos e cadeia de suprimentos. 
  2. Adotar uma abordagem ágil na cadeia de suprimentos, aproveitando a capacidade de obter fornecedores alternativos. 
  3. Realizar análise contínua dos riscos para logística, fornecedores e ativos fixos. 

6. Preparar o capital humano e torná-lo parte da solução 

Após mais de dois anos de pandemia, os modelos e as mudanças que os locais de trabalho exigirão ainda são incertos. Embora em alguns casos o trabalho remoto ou híbrido possa ser estabelecido de forma definitiva, este seria apenas um dos aspectos da construção de espaços mais sustentáveis. 

Os funcionários devem entender os impactos das emissões do uso de seus escritórios. O lixo, a utilização de elementos de plástico ou cartão nos alimentos, a redução do consumo de água e da temperatura dos edifícios, são fatores que impactam as emissões e onde o empenho pessoal é essencial para o sucesso do negócio. 

Dessa forma, os colaboradores podem estar vinculados aos objetivos do negócio e serem atores de mudança, propondo medidas de curto prazo e participando do desenho de uma organização mais sustentável.  

7. Proteger os sistemas naturais 

Em resposta ao aumento contínuo do foco na perda de biodiversidade e no impacto dos sistemas naturais na sociedade e economia, os seguintes desenvolvimentos são prováveis:    

  • Mais empresas buscarão ações positivas para a natureza 
    O foco crescente no conceito de ser “positivo para a natureza” no nível multilateral está influenciando as empresas, pois elas reconhecem que a natureza sustenta a economia global e que, para proteger a natureza, a sociedade deve entender e respeitar o seu valor.   
  • Empresas e governos vão se mobilizar para reduzir o desmatamento 
    Para muitas empresas, o desmatamento representa um risco substancial, com empresas relatando US$ 53,1 bilhões em riscos florestais. Para que governos e instituições financeiras cumpram as metas contra desmatamento anunciadas na COP26, mais empresas precisarão aumentar rapidamente suas ações ou se arriscarão a impactos adversos, como declínios em commodities florestais e danos à reputação.   
  • Mais empresas seguirão práticas de agricultura regenerativa 
    A agricultura regenerativa está recebendo cada vez mais atenção entre as empresas cujo negócio envolve o uso ou produção de produtos agrícolas. Definida pelo World Resources Institute como práticas que promovem a saúde do solo ao restaurar o carbono orgânico, a agricultura regenerativa ajuda a proteger os sumidouros naturais de carbono, melhora a saúde do solo e reduz o uso de pesticidas. 

8. Tecnologia para sustentabilidade (green for ESG) 

A revolução digital, acelerada pela pandemia, promoveu a mais rápida integração da tecnologia em todos os aspectos dos negócios, incluindo a sustentabilidade. 

Estamos saindo da 4ª revolução industrial com uma série de ativos como o crescimento exponencial de dados, a gigantesca capacidade de armazenamento de informações proporcionada pela nuvem, o monitoramento em tempo real do desempenho das cadeias produtivas graças à Internet das Coisas e a capacidade para resolver problemas complexos graças ao aprendizado de máquina e à inteligência artificial. Todos esses ativos são decisivos para a medição e redução efetiva dos gases de efeito estufa que causam o aquecimento global.  

América Latina: a biodiversidade em risco 

Nossa região produz menos de 4% das emissões globais, mas é uma das que mais podem ser afetadas pelo aquecimento global. O continente que exporta cerca de 40% de sua produção agrícola e que contém a maior biodiversidade está ameaçado pelas emissões geradas pelas grandes potências, sem dispor dos recursos econômicos necessários para mitigar os riscos que enfrenta. 

De acordo com um estudo do IBM Institute for Business Value com mais de 2.000 executivos da região:  

Green IT e IT for Green  

Para que as empresas atinjam seus objetivos de sustentabilidade, a digitalização e a descarbonização devem andar de mãos dadas. Por esse motivo, a indústria de tecnologia enfrentará o desafio de fornecer às empresas tecnologias aplicáveis de curto prazo na solução desse problema global. 

Nos últimos anos, grandes empresas de tecnologia têm trabalhado para fortalecer a sustentabilidade de suas próprias organizações, datacenters e design de produtos, tornando-se provedores verdes, ou seja, produzindo Green IT. Agora, chegou a hora de desenvolver o IT for Green, a tecnologia para a sustentabilidade que o mundo está reivindicando. 

“Green IT” são todas as tecnologias ou processos tecnológicos e digitais para produção com redução de consumo de energia, incorporação de energias renováveis em sua operação e redução do uso de água para resfriamento de datacenters, entre outros. Esta categoria inclui a infraestrutura tecnológica das empresas, como todos os dispositivos eletrônicos, datacenters ou maquinário industrial. 

“IT for Green” coloca a tecnologia como uma ferramenta poderosa para ajudar ativamente a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Por exemplo, por meio de plataformas digitais e sensores, podemos monitorar e gerenciar o consumo eficiente de energia de máquinas, iluminação e refrigeração.  

Daqui em diante

A verdade é que a sustentabilidade começa a definir uma nova agenda corporativa e, fundamentalmente, a recalibrar a relação entre negócios e sociedade. 

Ao adotar tecnologias como nuvem híbrida e inteligência artificial, as organizações podem dar os primeiros passos para impulsionar uma transformação digital que as ajude a alinhar suas metas de sustentabilidade com as estratégias de negócios. 

Clique nos links abaixo para saber mais sobre a importância da sustentabilidade: